A importância das férias para o empreendedor do ramo de alimentação

Os desafios de gerenciar um estabelecimento de alimentos e bebidas muitas vezes faz com que os empreendedores não tiram tempo para seu lazer. Muitos acabam ficando presos na operação do estabelecimento sendo na gestão, compras, atendimento ou até na produção. Não está errado fazer parte da operação, porém na sua ausência as coisas precisam continuar fluindo, por esse motivo é muito importante ter pessoas competentes, responsáveis e saber treina-los para esses momentos de ausência. Uma tarefa que muitos dizem ser impossível.

Há aquela expressão “o olho do dono engorda o boi”. Sim, se o empreendedor possuir atributos técnicos e conhecimentos adequados ele vai “engordar o boi”, porém não precisa ser ele apenas a realizar essa tarefa. No início é bem comum que seja necessário mais tempo de dedicação, novos ajustes de cardápios, organizar estoque e processos. Porém ficar preso nessas rotinas para sempre não é o correto. Alguém precisa dar continuidade, temos que pensar sempre no pior, pois, se eu precisar me ausentar por um motivo grave de doença, como será o futuro do estabelecimento?

Quando pensamos em lazer não se pode levar em conta apenas as férias, há outras formas de lazer e descanso, praticar um hobby, descansar final de semana com a família, jantar em outro estabelecimento, enfim, são várias atividades que podem tirar o empreendedor do seu estabelecimento por alguns momentos. Porém uma das formas que mais acho interessante é a realização de duas férias anuais de 15 dias cada. Se formos esperar o momento certo para poder tirar férias e viajar nunca encontrará, pois sempre tem alguma coisa que vai impedir. Por isso ela deve ser prioridade. Nada mais importante do que isso.

Além de descansar e sair das rotinas diárias há um excelente aditivo: conhecer novas culturas, novos sabores e novos empreendimentos. Quando une as férias, uma viagem e novas experiências gastronômicas, ideias novas surgem mais facilmente e é aí que está o ponto positivo.

Quando estamos na operação ficamos presos a dar atenção apenas para um ponto e não vemos o conjunto como um todo. A partir do momento que você está fora disso sua visão deixa de ser interna e passa a ser externa, e a partir dessa visão externa é possível pensar numa visão mais direta sobre a operação. Vamos a um exemplo: você viaja para outro país e conhece um novo restaurante, como cliente você possui a visão externa, irá observar tecnicamente mas também com visão de um cliente comum, porém nesse momento é impossível sermos apenas cliente, começamos a analisar cada ponto, desde a arquitetura, cardápio, atendimento, etc… E são nessas observações que conseguimos extrair algum ponto, mesmo que pequeno, positivo que pode ser empregado no seu estabelecimento. Alguma ideia nova que juntada com outra ideia precedente se formam artifícios capazes de mudar ou criar algo.

Por isso sempre recomendo as duas férias e de preferencia que sejam usadas para viajar pro exterior ou até mesmo para a cidade vizinha. É importante sempre guardar um capital (que pode até mesmo ser da empresa) para a realização dessa viagem. Sempre digo que um restaurateur não precisa gastar com roupas, sapatos, relógios e bens supérfluos mas sim com alimentação. Maior parte do seu dinheiro deve ir para custear idas a restaurantes e para viagens. 

As viagens gastronômicas são sempre as mais prazerosas mesmo que os viajantes não sejam da área, todo mundo gosta de comer bem e ter novas experiências. Mas quando você une “o útil com o agradável” é melhor ainda. O empreendedor não é obrigado a se desligar 100% do seu empreendimento, mesmo estando em viagem ele pode acompanhar, mas é preciso se dedicar ao prazer e novas experiências.

Tenha sempre esse objetivo como filosofia, guarde sempre dinheiro para isso e invista suas experiências no seu negócio, além de voltar para operação relaxado você acaba voltando com muitos novos conceitos, ideia e vontades.

Grande abraço

Rafael Rolim